LÂMINA VERBAL

Crucifixos ao relento, busca da morbidade

Velas coloridas adornam a sala

Murmúrios e bramidos como sofrimento na senzala

A crença só não é maior que a casualidade.

O homem esconde a tristeza perante a fé

A criança brinca, pula sem moradia

Estapafúrdios momentos da realidade que se cria

Homens e mulheres acompanhavam o sofrimento do filho de José.

Confraternizam-se problemas, glórias divinas numa mesma data

O rei espera a hora para voltar, ao seu descanso eterno

No parque das maravilhas o único caminho ladrilhado é o inferno

Júbilo da atitude terrena é vendido numa fita sem capa.

O verbo não transforma o ímpio

Camuflado na neve o homem corre dos perigos

Pagãos, ateus, agnósticos e todos os peregrinos

A conduta cristã oscilante ao seu princípio.

O fim está na próxima esquina de qualquer rua

O sagrado e o profano recebem todos os votos antes da peleja

Migrantes ávidos não perdem nada, pois o errante não se corteja

Sem o turbante e o véu a mulher fica, lascivamente, nua.

Profetas do novo mundo carregam o apocalipse

Desdita dos opróbrios sem civilização composta

Templos lotados no ocidente, oriente, deserto e toda costa

Psicólogos de Cristo não revelam ao povo sua psique.

Anderson Cirino
Enviado por Anderson Cirino em 01/03/2006
Código do texto: T117306