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Na tranqüilidade da viagem,

enquanto olhava a paisagem,

gritos assustam a todos,

“ é um assalto!” ...

“não olhem para o lado!”...

“não façam movimentos bruscos!”...

Eram palavras de ordem

que ao lembrar, me assusto...

Quero apenas seus valores!

Ouvi esta frase e, em meio a tanto destempero,

apenas lembrei-me da vergonha e da esperança...

A primeira, crescia de acordo o quadro evoluía,

a segunda, apenas se perdia...

Num rompante me foi tomada a bolsa,

pertences espalhados,

intimidade exposta... daí que o meliante volta, e penso...

“ Meu Deus, terá chegado a minha hora”...

Ele queria mais

O medo exalava aos poros

O desespero saltava dos olhos

A paisagem, antes tão tranqüila, agora revelava sua pior face...

Antes de partir, olhou com desprezo para aqueles pobres passageiros,

Parado na porta, jogou objetos com tanto ódio,

Fixou os olhos no semblante daqueles desesperados,

Atingindo suas almas com o golpe fatal,

Palavras que feriram, fizeram tanto mal...

“Isto não tem preço!”

“Não paga meus esforços!”

“A bolsa não é de marca,

O celular esta sem carga,

O cartão, nem tem a tarja...”

Salta no meio do nada,

Já planejando outra empreitada,

Insensível, segue...

Da janela, ainda em pânico, apenas pensando...

“Teve tempo de roubar tantos sentimentos e NADA realmente levou”.

Renata Rimet
Enviado por Renata Rimet em 24/04/2009
Reeditado em 03/10/2017
Código do texto: T1556708
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