Fome de Poesia

Afinal, chegamos ao dia

Em que a fome

Deixa de ser prato

Para ser poesia

Em que a vida deixa de ser aterro

Para ser alento

De ser solidários, e,

Embora solitários

Tornamo-nos humanos.

Em que deixamos de ser vagos

Para ser concretude

Em que o sonho

É rasgado pela compulsão.

Enfim, chegamos ao dia

Mas o dia não é hoje não...

É o dia da eterna poesia

Que poderá ser hoje...

Teria que ser todo dia.

Mas poesia não tem constituição

Nem na Constituição.

Poesia deveria ser lei, deveria

Cumprida sob pena de vida

De fartura e abundância

Hoje e em todos os dias

Para o seu fiel cumpridor

O POECIDADÃO.

Dulcilene Soares
Enviado por Dulcilene Soares em 29/07/2006
Código do texto: T204672