Entre Mãos

Como crio perfume,

Faço poesia.

Aqui caricaturas,

Fantasias.

Puxa!

Não tenho esse talento...

Dos hipócritas, desses fariseus.

Não sei o que tu ta falando irmão

Somos pretos escrevemos a 10 mãos;

Mãos que constroem prédios,

Construíram muito do tudo que os olhos conseguem ver.

Mãos que suaram sangue.

Que pegam nas armas ou armam pegadas.

Abrigam alimento.

Esquentam.

Mas também assinam cheque

E teclam pela net.

A mais nova arma,

Que mune, mas também isenta

Ah é, nossas mãos ...

Teclam nas urnas também, eleição.

Falação ou pura felação?

Vocês se escondem nos falsos beijos do senado.

Nem sei se preso político já foi herói.

Nem todo preto político é bom.

Não dá pra levar nas costas,

sozinha, sozinho.

500 anos de todos os tipos de escravidão.

Minha preta Nação.

Ilusão.

Nem todo preto preso um dia foi cidadão.

Preso na limitação,

Grades que um dia foram grilhões.

E quando a prisão não tem muro

A pena é perpétua,

Sem oportunidade de redução.

Indigno de absorção.

Preto pobre de espírito ou

Apenas limitado pelo pseudismo da miscigenação.

Não espere do outro

Aquilo que não sabes realizar.

Não queiras para o outro

Aquilo que ele não tem como agarrar.

Nem tudo o que parece ser,

Advinha?

Será!

Falsos dreads, blacks.

Distanciando-se ainda mais de África.

Como dizem por aí

É muita treta mano

E pras minas? Pras pretas?

Quase nada.

Estica.

A pena ainda é mais severa, árdua ...

Estética e mais nada.

Afro memória inversa,

Autoflagelo.

Estática.

13/12/2009 - Vania, Nina, Hugo , Adriano, Cizinho