O SEM-ABRIGO

Não tem aritmética

para contar as estrelas

nem pode

no tecto romântico da lua

desenhar, cai

no fundo

de um cartão passado a ferro

pelo corpo, desse dia

recolhe-se às ruínas

dois olhos

entre papéis, cartões

que sobrevivem

o cabelo

sem clarões de ouro

e vem o sono

para o lembrar

que todavia não está

morto.

João Tomaz Parreira
Enviado por João Tomaz Parreira em 29/01/2005
Código do texto: T2813