O SEM-ABRIGO
Não tem aritmética
para contar as estrelas
nem pode
no tecto romântico da lua
desenhar, cai
no fundo
de um cartão passado a ferro
pelo corpo, desse dia
recolhe-se às ruínas
dois olhos
entre papéis, cartões
que sobrevivem
o cabelo
sem clarões de ouro
e vem o sono
para o lembrar
que todavia não está
morto.