Negro até a morte!

Sou Negro da senzala

Sou Negro do Quilombo

Sou Negro que canta

E que dança jongo

Fui amarrado no tronco

Sofri humilhação

Canto para os Orixás

Pedindo proteção

Por favor pai Oxalá

Venha nos libertar

Canto pra Xangô

Que a justiça trará

Dizer que Negro não tem alma

Mas que decepção

Até chamados de bruxo

Por causa de nossa Religião

Povo de Keto de Angola

De Jejê e de Nagô

Capturados pelos ignorantes

Que os escravizou

Cantei pedindo liberdade

E Oxalá me atendeu

Fugi para o Quilombo

Onde Zumbi me acolheu

Salve o Quilombo dos Palmares

A verdadeira Revolução

Que em busca de um ideal

Libertou vários irmãos

No tronco muitas vezes

Meu sangue foi derramado

Por isso hoje volto

Pra falar do meu passado

E para alertar os irmãos

Que a dificuldade está

Quando-se desiste

De, por um ideal lutar

Sou Negro da senzala

Do Quilombo e do Terreiro

So voltei para alertar

Os Negros do mundo inteiro.

Carlinhos ZL
Enviado por Carlinhos ZL em 08/01/2007
Código do texto: T339946