Negro até a morte!
Sou Negro da senzala
Sou Negro do Quilombo
Sou Negro que canta
E que dança jongo
Fui amarrado no tronco
Sofri humilhação
Canto para os Orixás
Pedindo proteção
Por favor pai Oxalá
Venha nos libertar
Canto pra Xangô
Que a justiça trará
Dizer que Negro não tem alma
Mas que decepção
Até chamados de bruxo
Por causa de nossa Religião
Povo de Keto de Angola
De Jejê e de Nagô
Capturados pelos ignorantes
Que os escravizou
Cantei pedindo liberdade
E Oxalá me atendeu
Fugi para o Quilombo
Onde Zumbi me acolheu
Salve o Quilombo dos Palmares
A verdadeira Revolução
Que em busca de um ideal
Libertou vários irmãos
No tronco muitas vezes
Meu sangue foi derramado
Por isso hoje volto
Pra falar do meu passado
E para alertar os irmãos
Que a dificuldade está
Quando-se desiste
De, por um ideal lutar
Sou Negro da senzala
Do Quilombo e do Terreiro
So voltei para alertar
Os Negros do mundo inteiro.