Ao menino mendigo

Ontem, hoje, sempre

pedindo na rua

Olho os sobressalentes ossos

desenhados pela miséria

Pequenos deserdados de

afundidos olhos

percorrem todo dia

uma multidão de frias olhadas

de transeuntes

com pressa

Dói ver tantas infâncias

rotas

tristes

aqui, além

nos gelados solos

duma rua qualquer

Dói pensar que o mundo

não muda

Curiosamente: os pobres seguem

tão pobres

O pão escasso. E os países?

ah, os países!

ARMADOS

armados até os dentes

Cruz Martinez (da Galiza)
Enviado por Cruz Martinez (da Galiza) em 24/01/2012
Código do texto: T3459640
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.