Transeunte Solitário

Transeunte Solitário

Era cinco e trinta minutos

O caos desértico da manhã

A paz transitória de omissão

Nublada

Tantos destroços jogados

Lixo, cascas de fruta, latas de cerveja

Ao calçamento

Transportei-me ao dia barulhento

Que dali a duas horas recomeçava

Tudo novamente

Operários sôfregos indo ao trabalho

Executivos engravatados

Milionários em seus caros carros

Crianças com as bolsas de colégios

Atrelados às costas

Bêbados de ressaca nas marquises

Enfim mil solidões ali reboladas

Em passos trôpegos ou largos

Para o não e para o sim

Coletivos abarrotados de gente miúda

Triturados pela pressa, relógio de ponto

Aperto de espaço, pela falta de dinheiro

E pela falta de rumos.

maria do socorro cardoso xavier
Enviado por maria do socorro cardoso xavier em 03/02/2007
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