Basta!
Morre mais um garoto
Latrocínio, genocínio, uma atrocidade mortal
Pleonasmo fatal de morte ou de vida.
Um garoto sendo arrastado, sepultado,
Na lapide sem frase, sem sinal, sem nome.
Mas quem é o garoto?
È apenas mais um acontecimento normal
Uma morte! Que da vida se foi.
Mais um João, mas poderia ser José, Joaquim, Samuel
Como numa corrida de bicas, sem Ben-Hur
Apenas João.
Foi-se um anjo, como todos os outros
Deixou a vida sendo arrastado por ruas insanas
Não eram cavalos imponentes que estavam a arrastá-lo.
Nem eram heróis como Charlton Heston no cinema
Eram marginais, sem educação, sem amor, sem alma
Eram animais, sem juba, sem garras, sem autoridade.
Não sei o que eram, porque gente não era!
Sem amor, sem vida, sem alma.
Infelizmente João deixou a vida cruelmente
De uma forma grosseira e animal
Mas foi apenas mais um
Assim como José, Joaquim, Samuel ...
Sendo todos eles anjos a nos deixar
Arrastados ou não, baleados ou não, esfaqueados ou não.
Com lapides sem nomes, sem sinal, sem frases,
E túmulo sem flores.
Ricardo Muzafir