Calem a boca dos grilos
Se o mundo soubesse do quanto te procurei
Talvez entenderia o que sequer tenho ânimo de explicar
Eu tenho sono, todos cobram respostas delimitadas
Há uma lógica mundana muito simples
Para mim é lixo intelectual, tão complexo que me angustia
É diferente o decifrar do código da vida que faço
Da interpretação inócua que fazem no dia-a-dia
Eu poderia falar sobre amor, metáforas,
Dizer que acredito em certas coisas que não são "crenças"
Ah, é tão fácil ser taxado de louco pelo inconsciente coletivo
Ser uma peça fora do quebra cabeça que monta uma sociedade
Cujo sorriso é um espectro determinado pela colocação de cada peça
Eu vou além, e se fujo desse sintagma é porque aprendi a sonhar
Eu sonho todo dia e não acredito que se sonha apenas a noite
Por isso eu nunca direi que te procurei tanto
Livrem-me do infortúnio de calar a boca que funciona como moinhos d'água
Eu só preciso do meu pensamento solitário
Afinal, para mim, todos existem senão em mim, certo?
Já basta o esforço de ter de explicar para mim que eu te procurei tanto
Sem saber por quê, pra quê, pra como, pra quando...