MANIFESTO


Proclamo a quem interessar possa
a minha confissão niilista
ainda que circunstancial
vazada em transe aflitivo
da saturação do meu tempo.

Ah! sociedade afluente
competitiva
desumana
repressiva
e unidimensional.
Como abomino a sua lógica,
como detesto seus valores!

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Quando elaborei este poema, nos anos 1980, estávamos em plena ditadura militar. Postei aqui no Recanto das Letras em 2007. Quase não foi lido. Apenas a saudosa Kathleen Lessa se manifestou, pedindo que o publicasse no seu espaço PoetiKa, o que acedi prazerosamente. Hoje não vivemos uma ditadura militar, mas tem acontecido muita coisa estranha. Daí a vontade de repostá-lo.