Panelas mudas, vergonha desnuda

Calaram-se as panelas que outrora

Encheram e ensurdeceram as ruas contra a corrupção.

Envergonham-se talvez agora

Por reconhecerem-se marionetes da manipulação.

As avenidas, antes enfeitadas de fantoches amarelo-canário,

Multicolorem-se na cotidiana necessidade

O clamor, falso e hipócrita, não resistiu à fragilidade do cenário

E calou-se ante as provas da imbecilidade.

Percebe-se dia a dia a inequívoca farsa

Midiática, política e econômica para o poder usurpar

Está nitidamente na cara a grande trapaça

Cujo único objetivo é a base da pirâmide esmagar.

Enquanto a saúde, educação e segurança são rasgadas

A escravidão recomeça tendo como senhor a política corrupta

E as panelas continuam simplesmente caladas

Com o judiciário vendido cerceando as formas de digna luta.

O que esquecem esses torpes ditadores da democracia

É que o meio e o alto abaixo traz a base quebrada

E com todos no mesmo nível inverte-se a social antropofagia

Saciando a fome de quem antes era a classe devorada.

Cícero – 05-03-2017

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 05/03/2017
Código do texto: T5931668
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.