Meus heróis
Meus heróis não têm superpoderes
Não usam capas e nem máscaras
Para disfarçar sua real identidade.
Meus heróis são apenas comuns seres
E as suas faces a todos se escancara
Frágeis, escondem o medo e enfrentam a realidade.
Meus heróis não usam braceletes
Tampouco usam acessórios especiais
Para contra as injustiças lutar.
Meus heróis são bravos cadetes
A sofrer também com as diferenças sociais
E mesmo assim não desistem de caminhar.
Meus heróis não têm salas de alta tecnologia
Muito menos uma vida sem imperfeições
Que ao maniqueísmo os limita.
Meus heróis vivem a batalha do dia a dia
Sem tempo muitas vezes para as reflexões
Preocupados que estão com a mesa e a marmita.
Meus heróis não morreram de overdose –
Alguns talvez não tenham suportado a pressão –
Muito menos mataram por prazer.
Meus heróis enfrentam a cotidiana neurose
Que é dividir-se entre o coração e a razão
Ambos necessários para sobreviver.
Meus heróis não ganham altos salários
Nem se beneficiam com imorais privilégios
Para protegê-los de desumanas atitudes.
Meus heróis são explorados pelos salafrários
Que usufruem do poder e se utilizam de sortilégios
Sem a menor vergonha e nenhuma virtude.
Meus heróis são a gente simples que labuta
Mesmo cansada ou doente para o pouco garantir
E nem por isso se rende às maléficas tentações.
Meus heróis são a gente humilde que luta
Mesmo sabendo da incerteza do porvir
E crendo que haverá bonança após os furacões.
Cícero – 01-04-2017