Na contramão
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Hoje, fechei os olhos e  vi a menina
Vestidinho comportado
Olhos esperançosos
Ia pela rua.
Jamais imaginou que naquele lugar o lobo mau apareceria
Chuva  caindo, sombrinha na mão
E inocência no coração.
Pobre menina, se viu na contramão
Tentou  se esquivar do lobo.
Não tinha olhos azuis
Tinha beleza de uma criança
Não tinha a palavra 
doutora antes do nome

Tinha imagens de câmera, sem testemunhas...
Pobre, sem campanha!
Não fizeram vaquinha, nem conta pra depósitos
De ajuda à família.
Vejo uma mãe,
Uma mãe, chorando!
Não vi  os defensores da justiça, se manifestando
A mídia tão repetitiva e  às vezes investigativa,
Não vi se revelando.
Sexo feminino, menina e  mulher!
A menina, a pobre menina, tem apenas o sofrimento da mãe!
Porque justiça para pobre é inocente na cadeia e liberdade pra bandido.
Pobre menina, teria sido estuprada, morta?
Ainda não descobriram.
Será que descobrirão?
Ela não tinha carro, era uma criança pobre
Ia buscar caixas de papelão para mudar.
Mudou!
Mudou para o estágio da mais profunda tristeza.
Uma carona? Inocência roubada.
Nessa menina, mulher, o tiro não pegou de imediato
Não comoveu
Arrancaram o corpo da família
E o sossego dos familiares.
E a investigação?

Investigação  tem que ser para todos , sem segregação.

05/11/2017