Liberdade
O céu como cobertor
E as ideias como almofada
És o mais rico dos homens
Embora todos os que se cruzam contigo
Pensam
E dizem
Que não vales nada
A estrada como destino
E a certeza
De não sabendo como
A algum sítio irás chegar
O local
Onde alguém contigo quiser o último pedaço de pão partilhar
A palavra como símbolo
Quando quiserem parar a tua marcha
Apenas porque alguém vê nela uma ameaça
As ruas
Como campo de batalha
E a ausência de medo
De morrer
Serão as tuas maiores armas
Sem medo
Porque morrerás a lutar
Pelo direito de caminhar
Morrerás a lutar
Debaixo do mesmo céu
Que é a única entidade
À qual pertences
Morrerás de pé
Como morre aquele tipo de Gente
Que com ou sem metáforas
Não se rende
Morrerás sem dono
Porque às vezes é assim
Que a liberdade se aprende!
Nota: No próximo dia 25 de Abril, Portugal comemora a sua Revolução dos Cravos, o Dia em que pusemos fim ao regime ditatorial (de inspiração fascista) que dominou o país entre 1926 e 1974.
Este Poema é dedicado também a esse Dia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_25_de_Abril_de_1974