Não há vagas

Treze milhões de pessoas na fila

E outros tantos em filas do subemprego

Não há vagas no mercado

Frutas e verduras

O olho da cara!!!

Não há vagas na oficina

A solda a queimar os olhos pra não ver a roubalheira

Como sol a pino, na fila... o advogado, o engenheiro e o contador

De tanto contar as filas o homem se cansou!

Cansou da corrupção, do apadrinhamento, de planos mirabolantes de salvação

Não há vagas!

Não há vagas!

Vagas não há!!!

A cada porta que se fecha

Um sonho se torna pesadelo!

A casa que não se paga

O feijão que não se compra

A Luz que se apaga

Na fila

O estomago nas costas

A sombrinha e o guarda chuvas

O idoso e o recém formado

Não há vagas, senhores!

Nem para poeta de belezas falar

Não há vagas

A poesia cerrou as portas ...Não há vagas!

lisbella
Enviado por lisbella em 23/09/2019
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