A mancha que avança

Mancha de óleo e vergonha

A cena medonha de um monte de gente na praia

Tirando a sujeira da areia,

Tirando a sujeira das pedras

A mancha que mancha e se espalha

Que tanto assassina a vida

Da gente que vive e que sonha

Um sonho manchado de vingança atroz

Uma bala na agulha, um fogo na palha

Mas ante sujeira e trapaça

A mancha de gente avança na avenida

O redemoinho toma as ruas,

Enche de vida o chão da praça

É a América Latina convulsionando suas lástimas

Mostrando suas veias abertas jorrando a sua alma

Dizendo pra o mundo que existem vozes clamando

Que a chama que queima e o óleo que arrasa

Não conseguiram calar os anseios do povo

E não emudecerão os sonhos que sonham as massas