O vento que ninguém vê

Ele era como o vento.

Ninguém o percebia, até ele ficar nervoso.

Era um coitado, largado, desempregado.

Morador de rua, sem roupa de grife, nem carro de luxo.

Não usava ouro e nem perfume importado.

Um dia ele bebeu muito e estava muito nervoso com alguém que jogou água, sabe poça de água de chuva? Sim um carro fez questão de passar perto esguichando água no senhor mendigo.

Já não bastava o frio e fome que passava e ninguém o ajudava!

Ele bebeu. Bebeu muito. Para esquecer que existia. E passou a gritar.

Seus berros assemelhavam ao som de ventos fortes prontos para destruir o que estivesse em sua frente.

O bêbado caiu, murmurou e dormiu todo molhado da chuva.

Quem o viu? Ninguém! O vento não pode ser visto.

CIDA MOURA
Enviado por CIDA MOURA em 23/02/2020
Reeditado em 24/02/2020
Código do texto: T6872701
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