FALAS DAS REVOLUÇÕES

Desperto assombrado na madrugada alta
Tudo turvo
Estou em que mundo? Que suador é este?
Procuro algum interruptor que desligue o assombro
Abro os braços em cruz
(Quem sabe alguém ao meu lado?)
 
Abro enormes janelas
Fracas luzes denunciam o alto pé-direito da casa
Na rua escura há árvores velhas
calçadas descalças
 
O povo em sufoco ocupa casas enormes
Palacetes malcuidados
Então reconheço Havana às escuras
Che disfarça-se nas sombras
com grupos de guerrilheiros
Outra vez revolucionando
Fidel e seus homens ali perto esquivam-se
e atacam os homens de Fulgêncio Batista
 
Olho os cantos da casa estranha
Nenhum fuzil
para somar-me à causa revolucionária
Possuo mais do que isso
No canto do quarto
tenho caixas com livros brasileiros
para a Feira de Havana
Poderosa munição para somar-me à luta
 
Ao amanhecer a guerrilha recolhe-se
aos ideais dos trabalhadores
Acordam a um novo dia novo
Já não volto a dormir
Preparo meus ombros e caixas de obras brasileiras
para a Feria del Libro de Havana
 
As justas revoluções aprendem
as línguas de todas as culturas
Rossyr Berny
Enviado por Rossyr Berny em 28/02/2020
Código do texto: T6876597
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