a puta

a puta

o mar de sonho queima ao sol a pele-cobre

da menina sexo. pueril peito cinzento

a venda nas esquinas de pedra, o dobre

nefasto imperdível do mundo sedento

paira num mar de pó tua flor sonho pálido

menina sexo, noite de Iracema. Vênus

que a luxúria impera, lúdico amor cálido

teu beijo, sorriso inefável, encerra-nos

hoje és senhora de solidão e graça

salão de libido dançando uma suja valsa

onde a vida te esculpiu calçada e praça

rotina louca de um gozo trepada falsa

tua luz vermelha, verdes mares, olhos de seda

orla em Iracema teu nome de guerra leda.

Por José Leite Netto

José Leite Netto
Enviado por José Leite Netto em 24/10/2007
Código do texto: T708160