Bala perdida

Joãozinho, menino do morro;

Sobe e desce a ladeira

Leva e traz roupas finas;

Labuta da mãe lavadeira.

Joãozinho era menino feliz

Vivendo na cidade maravilhosa

Terra de muito samba

De gente bonita e paisagem fabulosa.

Uma terra abençoada

De beleza sem igual

Conhecida em todo mundo

Pela sua beleza natural.

Mas um dia chegou um monstro

Assustando a população

Travou uma luta sanguinolenta

Com o monstro “Caveirão”

Joãozinho vivia com medo

O morro já não queria mais descer

Pois nesta luta sem trégua

Tinha medo de morrer.

Até a dona das roupas finas

Que vivia em Copacabana

Tinha medo dessa guerra

Atingir o bairro dos bacanas.

Temia aquele monstro

Que não escolhia hora nem lugar

Matava e roubava na cidade;

Mas foi no morro do Joãozinho, que veio se instalar.

Para o pequeno menino

Causava-lhe boa impressão

Dizia roubar só dos ricos

Que perigoso, era o “Caveirão”

Enganava as crianças

Com promessas de vida farta

Iludia os jovens sem esperanças

Com promessas falsas.

Mas o Joãozinho não era bobo

Começou a desconfiar

Pois sua mãe lavadeira lhe ensinou

Que nada vinha sem trabalhar.

Astuto menino do morro

Decidiu no monstro não confiar

Apostou no “Caveirão”

Este vinha para lhe salvar

Era mais um dia de rotina;

A guerra iria começar

O monstro ficou de tocaia

Para ao “Caveirão” atacar

Armado até os dentes “Caveirão”

subiu o morro bufando

O povo saiu da frente

Já sabia que mais uma guerra estava iniciando.

Quando a luta começou

O Joãozinho correu para o telhado

Queria assistir de camarote

O monstro ser derrotado.

Pobre Joãozinho não sabia

Que seu ídolo “Caveirão”

é uma Instituição falida

Mata igualmente ao monstro

E fala que é bala perdida.

O “Caveirão” atirando a esmo

Querendo do monstro se vingar

Com faíscas iluminaram o céu

E o corpo do menino do morro, a cambalear.

*caveirão:nome atribuído ao furgão( carro)da polícia.