"De rua"
Pobres rostos inocentes,
ceifaram suas almas
ainda pequenos.
Pobres rostos sem ter graça.
Seus semblantes não são serenos,
seus desejos não são ouvidos.
Nascem hoje, morrem amanhã!
E a sociedade hipócrita
diz que não sabe
ou pior, nem diz.
Pobres inocentes...
se vendem,
se drogam,
mendigam nas praças...
E quem se importa?
Já não são crianças.
E a sociedade os diz "de rua".
As mesmas frases já ditas,
as mesmas promessas de sempre...
e a sociedade finge estar preocupada
e tem sempre uma frase feita.
Pobres rostos inocentes
já perderam a inocência...
Olhos perdidos,
corpos esguios,
bocas sedentas,
estômagos vazios...
overdose...
não têm direitos...
Não são crianças
e, nem ao menos sabem,
que são gente!