A DANÇA INTERNACIONAL

Mais um reveillon se foi!

Agora se aproxima o Carnaval

Mais um ano se repetirá

Essa dança internacional!

De pouca vergonha essa dança será

Como sempre foi em qualquer lugar

Dos direitos humanos o defensor virá

Para mais uma guerra ele travar

E as nações, da paz defensora,

Nenhuma carnificina ela impedirá

Mesmo que se faça, como sempre, redentora

No país do Norte, moral ela não terá.

Quantos banhos de sangue

As nações já impediram?

Quantos governos democráticos

Os Estados do Norte já impuseram?

E há, ainda, quem acredite,

Que o lobo é apenas um cordeirinho.

Dancem, dancem, é o que nos mandam,

Os países do Norte, sempre a tocar

A música macabra que cheira a capital

Que veio do sangue de gente honesta a trabalhar

Qente que acredita num futuro nacional

Bem melhor do que esse a observar.

Sugadas nossas riquzas foram, durante a colônia

Legitimada pelo deus capital

Agora sugam denovo, na Idade Contemporânea

O dinheiro de uma dívida que quem contraiu

Nunca pagou e nem pagará

Mas deixou para a imensidão pobre

Deste país, a obrigação de quitar

E as nações? Onde estará?

Para salvar esse país

Que está sempre a naufragar?

Criticando algum país,

Ela deve estar

Por esse querer

Aos grandes se igualar.

Os países do Norte não param de tocar

A macabra canção em que os países do Sul

Nunca cansam de dançar

Mas até quando isso irá?

Quando os paisinhos vão querer se libertar?

Depende de nós

Quando quisermos o fim disso tudo

A dança acabará

Quando pararem de adorar

Ao deus capital

Não existirá mais

A dança internacional

E uma era de verdadeira Paz

Se iniciará.