Onde chegaremos com a polícia, milícia, tiriça ?

Vaidade descontrolada

Emotividade na ação

Estupidez , brutalidade

de mãos dadas com a pusilanimidade

Olha o oprimido com o fuzil,

Cassetete, cacete

transformado em opressor

bate, estapeia, atira,

joga da ponte, mata inocente

e o desconexo mestre,

sem cerimônia

com a política assombradora

esbraveja, vocifera, segrega, mente

Amo do poder na carona conservadora

Racismo, sadismo

É dono da Pele alva

Que mira na pele alvo

Do pobre, preto, pardo

de ontem da senzala,

da cozinha da casa grande

do engenho, do cafezal

do curral

Hoje na viela, favela

encima da motocicleta, na bicicleta

carregando a comida quente,

enquanto a fome aperta

dentro do APP horas a fio,

entorpecido pela fadiga

dentro do ônibus, metrô, no alto do andaime

no fundo da roça, da grota

quando tem seu posto de trabalho

quando não na marquise, calçada, na lona, no papelão

gente que só vê o chute na porta

murro no pé do ouvido

quando não o joelho no pescoço

estalido da bala

que o cala para sempre

Todos são vítimas e vitimados

Da incoerência, da necropolítica nefasta

Da educação faltosa, da cultura distante

da renda de poucos

e da miséria de muitos

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 05/12/2024
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