Triste Sertão

Adeus meu nobre sertão,

Trarei na face tuas marcas eternas,

Que escreves ao sol em almas sinceras,

Que se dispersam no mundo por judiação.

Deixo o sertão,

Mas hei guardar saudade,

Do meu pequeno sítio ou da cidade,

Lugar que plantei o meu coração.

Deste chão sem água,

Do gado magro da sorte ingrata,

Do mato seco e das velhas casas,

De terras abandonadas por tantas magoas.

Terra que se vê na televisão,

Desse Nordeste que nos entristece,

Torna-se notícia quando nada floresce,

E homens exauridos por lutar em vão.

Sertão árduo, seco, sofrido e inculto,

Homens guerreiros não hão de aqui viver,

No sonho de trabalhar e da terra sobreviver,

No lugar que manda o político corrupto.

Da politicagem surgiu a fome do sertão,

Pois a sobrevivência nessa região,

Só depende das chuvas,

As autoridades imergem na corrupção,

O sertanejo padece com suas rugas.