Sombras Uivantes

Transpassada pelas sombras

Que me acolhem no auge de

Minha triste alegria, me sinto

Embrulhada pelo frio abraço,

Doce afago, como boneca

Jogada ao cálido relento

Dos uivos que me enlevam

A cada morta lágrima que

Insisto em não derramar.

Sinto, a cada sussurro soluçado,

Na alma, nos recantos mais

Negros de minha luz, os uivos

Dessas sombras, silentes gritos,

Que me contam segredos outrora

Esquecidos a recorrer a meu

Infértil ventre a me fazer

Rugir a alegria das dores de

Meus nascimentos imemoriais,

Atemporais presentes de meu ser

A me juntar às almas que, comigo,

Revelam aos uivos todos os

Futuros já passados em que

Sempre nasceremos em silêncio.

Karen Samira Yagami
Enviado por Karen Samira Yagami em 16/10/2018
Código do texto: T6478299
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