“Balada” da Dor invisível
Muitas vezes não é possível falar
Transformar em letras o que se sente
Por muitas razões é melhor calar
E deixar as coisas fluírem como sempre
Falar dos abismos internos
Transformar em letras toda agonia
Buscando com isso fugir de infernos
Ferindo o papel com a dor da carne todo dia
Minha mente reage ao ambiente
Anarquizando pensamentos sombrios
Muitas vezes estou consciente
Outras vezes agonizando em abismos frios
E tento alcançar a sepultura através dessa dor
Juntando os cacos da vida diante dos ataques da morte
Quem me dera um gesto humano cheio de amor
Me arrancasse da cova escura da minha própria sorte
E minha mão se agita buscando o punhal
Absorvendo minha alma em rios de venenos
Acredito que ultrapassando o umbral
Eu possa fugir dessa dor que tanto tememos
Pois a dor da carne é vista pelo olho pouco treinado
Já os martírios da mente poucos podem observar
Dando a minha dor o final desejado
Calarei a incompreensão dos que nada podem enxergar
E a loucura me toca enquanto caminho pela escuridão
Desejando o frio da navalha que tanto me acolhe
Queria calar essas vozes internas e de toda multidão
Pois aparentemente é a Morte que sempre me escolhe
E sofro sozinho, pois é assim que consigo viver
Quanto mais busco o amor, mais distante fico
Ferindo o papel com o luto dentro do meu ser
Assim sigo, cansado estou e da vida abdico