“Balada” da Dor invisível

Muitas vezes não é possível falar

Transformar em letras o que se sente

Por muitas razões é melhor calar

E deixar as coisas fluírem como sempre

Falar dos abismos internos

Transformar em letras toda agonia

Buscando com isso fugir de infernos

Ferindo o papel com a dor da carne todo dia

Minha mente reage ao ambiente

Anarquizando pensamentos sombrios

Muitas vezes estou consciente

Outras vezes agonizando em abismos frios

E tento alcançar a sepultura através dessa dor

Juntando os cacos da vida diante dos ataques da morte

Quem me dera um gesto humano cheio de amor

Me arrancasse da cova escura da minha própria sorte

E minha mão se agita buscando o punhal

Absorvendo minha alma em rios de venenos

Acredito que ultrapassando o umbral

Eu possa fugir dessa dor que tanto tememos

Pois a dor da carne é vista pelo olho pouco treinado

Já os martírios da mente poucos podem observar

Dando a minha dor o final desejado

Calarei a incompreensão dos que nada podem enxergar

E a loucura me toca enquanto caminho pela escuridão

Desejando o frio da navalha que tanto me acolhe

Queria calar essas vozes internas e de toda multidão

Pois aparentemente é a Morte que sempre me escolhe

E sofro sozinho, pois é assim que consigo viver

Quanto mais busco o amor, mais distante fico

Ferindo o papel com o luto dentro do meu ser

Assim sigo, cansado estou e da vida abdico

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 10/02/2019
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