Agonia

É de noite que oculto o sofrimento

No breu que em meu abismo irradia

Saudades de um bom momento

Ou de uma simples e tenra euforia

E o sono não chega para me tranquilizar

De um lado a outro agonizo eternamente

Quem me dera poder para sempre aniquilar

A dor que está sempre altiva e presente

As lágrimas já não aliviam a alma arrasada

Muito menos afoga a eterna solidão

Com a esperança completamente despedaçada

Mergulho fundo no vale sinistro da ilusão

E tento sonhar com novos dias que virão

Em uma insana busca por alegria

Infelizmente meu fragmentado coração

Sufoca nas amarras da infame letargia

Só as trevas me tocam com intensidade

Pois o carinho humano me abandonou

A dor é minha companheira de verdade

O resto o tempo ferozmente levou

Pela manhã, cansado me entrego a solidão

Com um morto vivo vago sem amor encontrar

Eternamente é noite em meu coração

E nem a luz do Sol poderá me tocar

As escolhas que um dia faremos sem pensar

Se transformarão nos carrascos do nosso futuro

Dor será o que a humanidade irá encontrar

Se continuar cultivando egoísmo e perjúrio

Eu sei a dimensão da minha persistente dor

Seria desumano com outros compartilhar

Peço apenas que sejam sinceros e acreditem no amor

Antes que indiferença venha nos conquistar

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 20/03/2019
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