Agonia
É de noite que oculto o sofrimento
No breu que em meu abismo irradia
Saudades de um bom momento
Ou de uma simples e tenra euforia
E o sono não chega para me tranquilizar
De um lado a outro agonizo eternamente
Quem me dera poder para sempre aniquilar
A dor que está sempre altiva e presente
As lágrimas já não aliviam a alma arrasada
Muito menos afoga a eterna solidão
Com a esperança completamente despedaçada
Mergulho fundo no vale sinistro da ilusão
E tento sonhar com novos dias que virão
Em uma insana busca por alegria
Infelizmente meu fragmentado coração
Sufoca nas amarras da infame letargia
Só as trevas me tocam com intensidade
Pois o carinho humano me abandonou
A dor é minha companheira de verdade
O resto o tempo ferozmente levou
Pela manhã, cansado me entrego a solidão
Com um morto vivo vago sem amor encontrar
Eternamente é noite em meu coração
E nem a luz do Sol poderá me tocar
As escolhas que um dia faremos sem pensar
Se transformarão nos carrascos do nosso futuro
Dor será o que a humanidade irá encontrar
Se continuar cultivando egoísmo e perjúrio
Eu sei a dimensão da minha persistente dor
Seria desumano com outros compartilhar
Peço apenas que sejam sinceros e acreditem no amor
Antes que indiferença venha nos conquistar