Meus olhos andam distraídos
Ainda hoje,
A sede não acabou.
E também agora a vejo,
E quando a vejo,
Andas como uma boa gênia
Pelos salões dos
Desencontros nossos,
Através duma cortina
De sonhos imortais
Que nos separa
E que eu teço longe de Você.
Teu rosto perfeito
Em cada tato
Embate toda ventania,
Neblina e fumaça
E tudo quanto
Agora é resto
Desaparece no
Teu instante.
Tua presença
Me tortura e intervala
E temo que seja infinito
Como fora, outrora.
Diante da possibilidade
De achegar-me a ti
Meu corpo todo se desconstrói.
O intenso é tanto
E tão forte.