O destino é pontual

Perdi o bonde da história

Cheguei atrasado e mal

Mas fixei na memória:

O destino é pontual

Com conhecimento de causa

O bicho-preguiça

Fez uma longa pausa

Nas minhas retinas

Catarata interrompe

Cenas fesceninas

Nas profundezas do decote em V

Dorme a libido emancipada

Que até cego vê

Sob a blusa côr-de-roda

Há ninfo-literatura

Em verso e prosa

O poeta quase assexual

Vê a ninfa seminua

E não passa mal

Com rara maestria

Eclipse roubou a lua

À luz do dia

Tem o estranho costume

De assentar suas bases

Sobre inacessível cume

Tão fora do normal

Como um galo saudando

A aurora boreal

O popular mirou a populaça

Rangeu os dentes

E saiu à caça

Mistérios da vida

Não autuarem o câncer

Como homicida

Seguro de si

O cão mirou no ditador

E fez xixi

Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 29/07/2018
Código do texto: T6403393
Classificação de conteúdo: seguro