A QUEDA DO PAJÉ

Do píncaro da glória

caiu o pajé:

Faltou-lhe pulso

faltou-lhe fé.

A tribo

negando-lhe

resposta aos sinais,

desceu-lhe o véu da noite!

Aquela bondade exuberante,

aqueles acenos- deleites

de calor – aonde estão?

E aquela necessidade de reafirmação?...

O desafio do desabafado peito

entorna tristes alegrias,

outrora, visíveis nos dentes cerrados

e nos aplausos das praças!

Por um instante pairou o requinte:

-“A certeza de que tudo estava bem!”

O ano passou esfuziante

contornando o caminho por que

não esperava contemplar a solidão!

Lutou para retomar o espaço,

afundando com mais força

a tribo enjeitada.

Faltou-lhe pulso forte,

peito garrido!

Como peça de xadrez

um por um foi engolido.

O que restou da intentona,

não foi tão suficiente

para recompor o quadro:

- O pajé caiu e a tribo “sorriu”!...

Zecar
Enviado por Zecar em 10/05/2005
Reeditado em 20/07/2016
Código do texto: T16045
Classificação de conteúdo: seguro