Traíras

O apetite insano da ambição dos traíras,

Em golfadas torrenciais, reinaugura o luto,

A fome e o seu indigesto fruto, acorda a ira

Relampejando a espada da vingança,

De um povo que só tem feridas por herança.

As lágrimas que vêm das dores do espírito,

Escorrem em silêncio, represando o seu grito.

Muitos nem fazem idéia da sanha dos criminosos

Tecendo auroras impossíveis com espíritos andrajosos,

A justiça gargalha e faz mesuras com os poderosos,

Entre as folhas mortas de primaveras sepultadas.

Esses malditos para quem a fome do povo não é nada.

Ao redor de mim, ouço desespero e soluços de derrota.

A indignação põe meu sangue em chamas desde a aorta,

Se alastrando implacável como uma metástese, essa revolta

Para refazer os caminhos sinuosos de onde a aurora brota.

Sabendo que o ódio é uma cegueira que a ninguém conforta.

Barthes.

BARTHES
Enviado por BARTHES em 25/04/2016
Código do texto: T5616396
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