Marionete de mim mesmo

Não quero palavra sobre palavra

Quero protesto sobre protesto

De a cada dia

A mim mesmo prometer-me

Ser bem mais do que já fui

No dia anterior

Vacinado da corrente

De a cada dia

Não ser mais o que já sou

Para ser mais como for

Na manhãzinha

Vou buscar a última corda

Uma corda para trazer-me

Marionete de mim mesmo

Sempre que eu tender

Ao lado errado

Ou certo como queiram

Mas estar sempre comigo

Coerente

Guardado das negras e perigosas noites

Da corrente

(Brasília, DF, 26/abril/1974)

William Santiago
Enviado por William Santiago em 22/12/2017
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