Minha Cocal: A Ascensão

Ao se reportar à tênue linha do tempo

Desde a tua criação à ascensão

Eis que ela nasce no seio da caatinga

Mesmo ainda pequenina, mas de grande coração.

Minha Terra, Tímida na origem, porém vultosa e viril

És tu, grande dádiva, a minha Cocal

Vê-se que dum mínimo e estreito vilarejo

Torna-se imponente eixo comercial.

Essa terra nasceu da simplicidade do falar, vestir e aparecer

De uma mulher guerreira de calos nas mãos

A própria, Camila, que entre as alamedas e palmeiras

Criava e arava este sertão.

Tu, grande mulher, vistes crescer o teu lugar

Brito, Vieira, Nogueira, França e Silva

O desenvolver de gerações no ventre

Daquele lugarejo que seria o orgulho de todos os seus entes.

E ao falar dessa história, dá-me tristeza a nostalgia do antigo Tamboril

Ao ver aquela grande viúva negra, a Maria-fumaça

Faz-me lembrar da alegria, da festa e do comércio

Minha senhora de ferro, cheia de graça.

No entanto, Senhora de ferro

Carregar-te em teu seio, em um dado momento, um simples errante,

Que pisara em falso delito por conta de uma “Maria fininha”

No qual, tristemente, pagaria com a vida, O próprio João Cartomante.

Mesmo assim, sem mais banzo e delongas

Nem eu mesmo me perdoaria

Não tratar com tanta afeto

Dos Festejos que atraem fiéis, devoção e alegria.

Nessa minha Terra tem primores

Assim como canta um certo sabiá

Da Frecheira ao Engenho Velho

Que até mesmo Gonçalves desejaria visitar.

Discorrer sobre ti, ó doce terra querida

Sabendo da imponência da tua história,

Dos índios aos jesuítas de grande monumento na Lama,

Ressalto apenas aqui meu ufanismo por conta própria.

Dessa forma, Doce Terra da palmeira, caju e Coco Babaçu

Viverei, ti exaltarei, enaltecerei sem pudor

Eis o lugar que quero

Um trovador em terras que jurei o meu amor.

R. Silva

Raone Silva
Enviado por Raone Silva em 03/03/2018
Reeditado em 16/06/2019
Código do texto: T6269701
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