Drama de uma sertaneja
Eis que saiu na fria noite
Pelas ruas desgarrada
Com o coração ferido
E sua vida amargurada.
Nunca soube o que é amar
Pois nunca amou ninguém
Está cansada de chorar
Nesse mundo do além.
Mas lutou pra ser amada
Por alguém que a quisesse
E em várias madrugadas
Levantou as suas preces.
Uma nordestina vivida
Nessas bandas do sertão
Porém estava dividida
Entre o amor e a solidão.
Lutou muito na lavoura
Pra conseguir comer o pão
Uma velha agricultora
Com seus sonhos pelo chão.
Mas um dia revoltou-se
Tomou uma decisão
Decidiu viver sua vida
Lá bem longe do sertão.
Pegou rumo pra São Paulo
Capital canavieira
Trabalhou duro e dobrado
De segunda à sexta-feira.
Mas percebeu que estava errada
Sobre a sua decisão
Arrependida e desgraçada
Retornou para o sertão.
"Dispois de tudu qui fiz
Me discuipo cum meu Deuzi
Se eu morrê infiliz
Num tem a quem dá meus pêzame.
Mai cunfessu qui errei
E pessu a vossa cremença
Pelas terra qui prantei
Pá minha sobrevivença.
Mi dispido incuipada
Cum meu coração nas mão
Vô lutá na impreitada
Mai num dêxo meu sertão.