Drama de uma sertaneja

Eis que saiu na fria noite

Pelas ruas desgarrada

Com o coração ferido

E sua vida amargurada.

Nunca soube o que é amar

Pois nunca amou ninguém

Está cansada de chorar

Nesse mundo do além.

Mas lutou pra ser amada

Por alguém que a quisesse

E em várias madrugadas

Levantou as suas preces.

Uma nordestina vivida

Nessas bandas do sertão

Porém estava dividida

Entre o amor e a solidão.

Lutou muito na lavoura

Pra conseguir comer o pão

Uma velha agricultora

Com seus sonhos pelo chão.

Mas um dia revoltou-se

Tomou uma decisão

Decidiu viver sua vida

Lá bem longe do sertão.

Pegou rumo pra São Paulo

Capital canavieira

Trabalhou duro e dobrado

De segunda à sexta-feira.

Mas percebeu que estava errada

Sobre a sua decisão

Arrependida e desgraçada

Retornou para o sertão.

"Dispois de tudu qui fiz

Me discuipo cum meu Deuzi

Se eu morrê infiliz

Num tem a quem dá meus pêzame.

Mai cunfessu qui errei

E pessu a vossa cremença

Pelas terra qui prantei

Pá minha sobrevivença.

Mi dispido incuipada

Cum meu coração nas mão

Vô lutá na impreitada

Mai num dêxo meu sertão.

HYLLTONN FARIAS
Enviado por HYLLTONN FARIAS em 04/07/2006
Código do texto: T187289
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