Cara atrevido
 
 
Lá na cidade ao entrar numa loja
Logo de cara eu fui mal entendido
Por um rapaz que se dizia gerente
Mas não passava de um cara atrevido
 
Foi me dizendo saia logo daqui
Porque nesta loja não entra mendigo
Aqui só atendemos gente de dinheiro
Gente que gosta de andar bem vestido
 
Olhei pra ele e respondi deste jeito
O que eu lhe fiz pra ser ofendido
Eu só queria comprar umas roupas
Só não esperava ser mal atendido
 
Eu não lhe faltei com o respeito
Para o Senhor me humilhar
As minhas mãos estão encardidas
Mas é de tanto eu trabalhar
 
E minhas roupas estão bem surradas
Um remendo aqui e um outro ali
Cada remendo representa um ano
Da minha vida que na roça eu perdi
 
O Senhor respeite este agricultor
Que se orgulha da mão calejada
O Senhor nunca pegou no pesado
Pra saber o peso de uma enxada
 
O Senhor cuide do seu emprego
Que eu cuido da minha plantação
O seu emprego de nada lhe vale
Se eu não cuidar de sua alimentação!
 
 
Pelotas: 05 / 12 / 2009

Volnei Rijo Braga
Enviado por Volnei Rijo Braga em 05/12/2009
Código do texto: T1961495
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