POR DO SOL AO SOM DO BOLERO DE RAVEL

PÔR DO SOL AO SOM DE RAVEL

Mercêdes Pordeus

Aproximam-se as cinco horas da tarde...

Palco preparado, todos à espera do momento

O violinista,o saxofonista pareciam cronometrar

O momento exato do Bolero de Ravel executar.

Nesse contexto, uma grande expectativa

Todos à espera que ao início do toque

O grande Rei Sol, fosse paulatinamente

Deitando-se, até descansar quase indolente.

Ali estavam pessoas de diversas localidades

Que visitando João Pessoa, na oportunidade

Jamais poderiam perder tão belo espetáculo

De beleza singular... os olhares direcionados.

Pessoas cujos olhares traziam a alegria

Para outras trazia à mente melancolia,

Talvez por lembrar de alguém que partia

A saudade se aproximava e o peito sofria.

Alegrias, expectativas e até pressentimentos

Eram tantos os sentimentos naquele momento.

Porém, independente deles, a beleza prevalecia

Da bela estrela que nos dera a luz durante o dia.

Pensamentos absortos, outros porém atentos

Todos ali permaneciam com mesmo intento

Enquanto isso percebiam as águas do belo rio

Vez em quando beijar o cais já quase sombrio.

De repente ressoam em sintonia, os sons se espalhando

Começava a entoar o saxofonista num pequeno barco

O violinista por entre aqueles que olhavam atônitos

O lindo e tão esperado por do sol, ao som de Ravel.

Como em sintonia começaram, assim terminaram

E concomitantemente os raios do rei descansaram

Esperando a próxima alvorada para o renascer

E mais um dia recomeçar e assim resplandecer.

Depois o violino emanou o som da “Ave Maria”

E assim terminou aquele dia, mais um dia

Na Praia do Jacaré, cuja beleza sempre trazia

Diariamente, em João Pessoa, aquela primazia.

Mercedes Pordeus
Enviado por Mercedes Pordeus em 06/06/2005
Reeditado em 18/08/2006
Código do texto: T22401