Tecendo uma trova

Tecendo uma trova

Tecendo as teias de uma trova

com rimas e versos infindos

envereda nas trilhas sorrindo

penetra no reino da burguesia

se enche de astúcia e primazia

o singelo trovar do sertanejo

carrega consigo seu gracejo

poetizando feliz o trovador

semeia a várzea com louvor

debulhando os grãos do traquejo

Singeliza os campos da poesia

num versar puro e transparente,

carrega no bornal suas vertentes

que trilhou pelas curvas do sertão,

descreve sua terra com paixão

da vivência que teve no cerrado,

a caatinga é seu berço imaculado

castigado pelos raios do sol quente,

se faz lutar a terra bravamente

com seu seio ferido e rachado

Se o poeta é nordestino

não veste um terno de brim

nem usa sapato mocassim

usa colete de couro curtido

chapéu de vaqueiro envelhecido

uma calça jeans meio surrada

e muito bem afivelada

Nos pés sandálias alpercatas

sem aquele ar de aristocrata

singelo, mas belo na sua toada

João Moura/Natal RN

Poetajoaomoura
Enviado por Poetajoaomoura em 23/12/2017
Código do texto: T6206533
Classificação de conteúdo: seguro