Tecendo uma trova
Tecendo uma trova
Tecendo as teias de uma trova
com rimas e versos infindos
envereda nas trilhas sorrindo
penetra no reino da burguesia
se enche de astúcia e primazia
o singelo trovar do sertanejo
carrega consigo seu gracejo
poetizando feliz o trovador
semeia a várzea com louvor
debulhando os grãos do traquejo
Singeliza os campos da poesia
num versar puro e transparente,
carrega no bornal suas vertentes
que trilhou pelas curvas do sertão,
descreve sua terra com paixão
da vivência que teve no cerrado,
a caatinga é seu berço imaculado
castigado pelos raios do sol quente,
se faz lutar a terra bravamente
com seu seio ferido e rachado
Se o poeta é nordestino
não veste um terno de brim
nem usa sapato mocassim
usa colete de couro curtido
chapéu de vaqueiro envelhecido
uma calça jeans meio surrada
e muito bem afivelada
Nos pés sandálias alpercatas
sem aquele ar de aristocrata
singelo, mas belo na sua toada
João Moura/Natal RN