AS FULÔ DA INUCENÇA
AS FULÔ DA INUCENÇA
Se um dia eu fosse o escolhido
Para ser general ou magnata
Do que usa, no dedo, anel de prata
Ou honrada medalha em meu peito
Se eu fosse reconhecido por meus feitos
E, dos homens, fosse o mais importante
Alegria, eu teria, num instante,
Recebendo os aplausos de respeito
Se eu ganhasse o mais rico dos prêmios
E me fizessem uma estátua e chafariz
Bem na praça de importante Matriz
Por certeza, me teriam como gênio
Se eu fosse um papa ou presidente
Xeique árabe, de palácio reluzente,
Eu seria, por certo, imponente,
Mas, não sei se eu seria feliz...
Entretanto, de tudo que eu disse,
Deus me deu o que há de mais valor:
São meus filhos, meus ouros, “meus-amor”,
Meu sentido de vida e existência
Tenho certeza, orgulho e ciência
Que, nessa vida, recebi a recompensa:
Em vez de honras, glórias e potências,
De presente das mãos do Criador
Recebi as fulô das inucenças
(Zé Firmino, pseudônimo de José Daniel da Silva)