SERTÃO WILD
Vejo galhos, galhos e mais galhos secos passando por mim na estrada
Na janela, poeira a trinta por hora
Caminho coberto por turvo tom de sépia da poeira desse meu sertão
Léguas e mais léguas de um mundo que parece até então estar escondido
Uma venda, pinga, fumo e corda
Querosene, pica fumo e lâmpião
Sertão selvagem ou wild sertão?
Não importa!
Os galhos enfeitam os caminhos e permeiam a loucura em minha cabeça
Penso o tempo todo no diabo na rua
E deus com o berro na cintura
Sertão brabo da porra!
Cada vinda por mais que te conheça sertão, muda tudo o que sinto e que penso
A poeira na botina é a mesma
As lembranças também
Mas o que me espera pode ser pior
Pois travessia igual a essa
Riobaldo quem diga:
“A gente principia as coisa no não saber por que e desde aí, perde o poder da continuação”...
Acho que a maior busca desse caminho é a interior, de dentro da gente
A batalha cega de não saber onde nem por que, mas saber que tem que brigar
Santiago de Compostela ou sertão de Guimarães
O que vale é o caminho e a saída é a nossa busca
A chegada não importa muito
E como disse Riobaldo, o que importa é a travessia.