Apoare
Em terras verdejantes
Nessas bandas do Ceará
Corria uma velha lenda
Da origem desse lugar
Seria dum amor impossível
Desses difícil de acabar
Era um amor da natureza
De certa forma diferente
Entre o pássaro jacu
E uma índia reluzente
Como unir essa índia?
A seu pássaro confidente
Diz a lenda que a mãe terra
Não aceitava esse amor
Pois dizia ser despropósito
Mal gosto, um dissabor
Um pássaro que ama...
- Uma índia, que horror!
Apoena(enxerga longe)anari (rio de mel) Amanara ( Dia chuvoso)Aracy mãe do dia( origem dos pássaros)
Viviam na tribo dos Potis
O seu mentor era Apoena
Que enxergava longe
E pulava e corria como ema
Era o sábio da região
E resolvia todo problema!
Numa noite de luar
O feiticeiro teve uma visão
Que a filha de Amanara
Seria sacrificada no rincão
E dela brotaria frutos
Por toda essa região
Amanara fez uma reunião
Chamou grandes caçadores
Tinha medo da maldição
E não dormia com temores
Que sua linda filha
Fosse alvo de mal-feitores
Alguns anos se passaram
Anari tornou-se graciosa
Era bela como a babugem
Que flora tão formosa
Na chuva que pega oiticica
E transforma em rosa
Seu sorriso era como cantar
Dos pássaros no sertão
Seu corpo seguia curvas
Que não cabiam no mundão
Segues o delinear das serras
Límpido era o seu coração
Sua cor era de mandioca
Seu sorriso era como jucá
Seu cabelo de piaçaba
Sua voz era de sabiá
Seus olhos de amêndoas
Sua alma era o luar
No cantar da aurora
Numa manhã de sol
Canta um pássaro
Como um rouxinol
Ele olhava e observava
Iluminava ela como farol
O jacu era rubro, vermelho
Adorava frutas e trazia
Para amada e cantava
Como uma sinfonia
Cantava sem parar
A sua amada e entristecia
Até ela um dia, responder:
- Ave linda, tenho por ti amor!
- Não sofras mais por mim
- E não sintas mais dor!
Ela fez juras a seu amado
_Se acalme pássaro cantor!
A mãe terra ao ver a cena
Ficou zangada e afirmou:
- Morrerás a índia dos Potis!
- Pois a ave ela amou
- Isso não pode continuar
E foi fazer o que pensou...
Anari passeava no campo
E uma pedra caiu do céu
Logo, na sua cabeça
Caiu por sobre o mel
De um enxame de abelha
Caiu e ficou ao léu
O seu pai ficou desesperado
Diante do acontecimento
Chorou copiosamente
Tão puro era seu lamento
Passou dias em depressão
Só tinha isso no pensamento
Foi conversar com feiticeiro
E lá teve uma resolução
Devia pedir algo a Tupã
Salvar sua filha era a intenção
Nem que desse sua vida
Em troca dessa proteção
Tupã não o atendeu
Amanara muito sofreu
Morreu e antes chorou...
E o vale todo encheu
Seu nome é dia chuvoso
E não parou, só choveu
E o Vale do Curu surgiu
Sua água e sua vegetação
Com ela surgiu os peixes
Aumentou a fauna da região
Há fartura de frutas vermelhas
E jacu cantando sua canção
A mãe terra se compadeceu
Das mortes dessa família
Pensou sobre esse amor
Do pássaro e dessa índia
Pois era bem sincero
O mais lindo que havia...
Como amor da Lua e o Sol
Encontram-se e se separam
Todos os nossos dias
Mas mesmo assim se encaram
Sendo eternos um do outro
Vivem e se enamoram
A mãe terra voltou atrás
Fez de estrelas o pai e o casal
Basta vê-los como Três Marias
Reluzindo todas por igual
E o amor deles na noite
Na constelação é fenomenal!
E a mãe terra dá eles um dia
Pra produzirem sementes
Como abelhas polinizadoras
Que dá frutos a essa gente
E juntos dão belos frutos
Frutos desse amor diferente
E o grande feiticeiro previa
Ao redor de uma fogueira
Que a longos anos depois
Nessa mesma catingueira
Esse amor da ave e a índia
Eternizaria pela mãe feiticeira
E aqui nesse lugar terá um rio
Com um vale do Curu
Será terra abençoada
Cheia de ninhadas de jacu
Será a princesa do vale
Com codinome Arraial do Jacu
Depois terá campos verdes
Será APOARE, raiz de fruta
De honrosos vaqueiros
Dignos de sua luta
És fonte de toda poesia
Berço do amor e a labuta
E esse amor é criação
Como toda rica invenção
E a princesa do vale
Traz o amor sem distinção
Pois não há raiz de fruta
Que não carregue emoção
Carrega rio, fruta e vale
De um amor impossível
E este amor não se finda
Entre a índia e a ave sensível
Tendo como vista o céu
Mostrando que tudo é possível!
Em terras verdejantes
Nessas bandas do Ceará
Corria uma velha lenda
Da origem desse lugar
Seria dum amor impossível
Desses difícil de acabar
Era um amor da natureza
De certa forma diferente
Entre o pássaro jacu
E uma índia reluzente
Como unir essa índia?
A seu pássaro confidente
Diz a lenda que a mãe terra
Não aceitava esse amor
Pois dizia ser despropósito
Mal gosto, um dissabor
Um pássaro que ama...
- Uma índia, que horror!
Apoena(enxerga longe)anari (rio de mel) Amanara ( Dia chuvoso)Aracy mãe do dia( origem dos pássaros)
Viviam na tribo dos Potis
O seu mentor era Apoena
Que enxergava longe
E pulava e corria como ema
Era o sábio da região
E resolvia todo problema!
Numa noite de luar
O feiticeiro teve uma visão
Que a filha de Amanara
Seria sacrificada no rincão
E dela brotaria frutos
Por toda essa região
Amanara fez uma reunião
Chamou grandes caçadores
Tinha medo da maldição
E não dormia com temores
Que sua linda filha
Fosse alvo de mal-feitores
Alguns anos se passaram
Anari tornou-se graciosa
Era bela como a babugem
Que flora tão formosa
Na chuva que pega oiticica
E transforma em rosa
Seu sorriso era como cantar
Dos pássaros no sertão
Seu corpo seguia curvas
Que não cabiam no mundão
Segues o delinear das serras
Límpido era o seu coração
Sua cor era de mandioca
Seu sorriso era como jucá
Seu cabelo de piaçaba
Sua voz era de sabiá
Seus olhos de amêndoas
Sua alma era o luar
No cantar da aurora
Numa manhã de sol
Canta um pássaro
Como um rouxinol
Ele olhava e observava
Iluminava ela como farol
O jacu era rubro, vermelho
Adorava frutas e trazia
Para amada e cantava
Como uma sinfonia
Cantava sem parar
A sua amada e entristecia
Até ela um dia, responder:
- Ave linda, tenho por ti amor!
- Não sofras mais por mim
- E não sintas mais dor!
Ela fez juras a seu amado
_Se acalme pássaro cantor!
A mãe terra ao ver a cena
Ficou zangada e afirmou:
- Morrerás a índia dos Potis!
- Pois a ave ela amou
- Isso não pode continuar
E foi fazer o que pensou...
Anari passeava no campo
E uma pedra caiu do céu
Logo, na sua cabeça
Caiu por sobre o mel
De um enxame de abelha
Caiu e ficou ao léu
O seu pai ficou desesperado
Diante do acontecimento
Chorou copiosamente
Tão puro era seu lamento
Passou dias em depressão
Só tinha isso no pensamento
Foi conversar com feiticeiro
E lá teve uma resolução
Devia pedir algo a Tupã
Salvar sua filha era a intenção
Nem que desse sua vida
Em troca dessa proteção
Tupã não o atendeu
Amanara muito sofreu
Morreu e antes chorou...
E o vale todo encheu
Seu nome é dia chuvoso
E não parou, só choveu
E o Vale do Curu surgiu
Sua água e sua vegetação
Com ela surgiu os peixes
Aumentou a fauna da região
Há fartura de frutas vermelhas
E jacu cantando sua canção
A mãe terra se compadeceu
Das mortes dessa família
Pensou sobre esse amor
Do pássaro e dessa índia
Pois era bem sincero
O mais lindo que havia...
Como amor da Lua e o Sol
Encontram-se e se separam
Todos os nossos dias
Mas mesmo assim se encaram
Sendo eternos um do outro
Vivem e se enamoram
A mãe terra voltou atrás
Fez de estrelas o pai e o casal
Basta vê-los como Três Marias
Reluzindo todas por igual
E o amor deles na noite
Na constelação é fenomenal!
E a mãe terra dá eles um dia
Pra produzirem sementes
Como abelhas polinizadoras
Que dá frutos a essa gente
E juntos dão belos frutos
Frutos desse amor diferente
E o grande feiticeiro previa
Ao redor de uma fogueira
Que a longos anos depois
Nessa mesma catingueira
Esse amor da ave e a índia
Eternizaria pela mãe feiticeira
E aqui nesse lugar terá um rio
Com um vale do Curu
Será terra abençoada
Cheia de ninhadas de jacu
Será a princesa do vale
Com codinome Arraial do Jacu
Depois terá campos verdes
Será APOARE, raiz de fruta
De honrosos vaqueiros
Dignos de sua luta
És fonte de toda poesia
Berço do amor e a labuta
E esse amor é criação
Como toda rica invenção
E a princesa do vale
Traz o amor sem distinção
Pois não há raiz de fruta
Que não carregue emoção
Carrega rio, fruta e vale
De um amor impossível
E este amor não se finda
Entre a índia e a ave sensível
Tendo como vista o céu
Mostrando que tudo é possível!