JOÃO E O BARCO
Ao pé do porto, a proa aponta a reta
A quilha fincada no canto, o barro
Unta o casco
Embaraço o braço na relva, beira de rio
Braço do leito, banco de areia
O remanso embala caboclos d’água, sereias
Marias e João
A tabua forte e rígida range ao toque n’água
Pedaço, ripa de pau podre pelo tempo
Firme pregado envolto ao canto dos pássaros
A beira mar
O barco leva Joaquins, Josés, Franciscos e Raimundos à cata do fruto-peixe
Pede licença pra mãe d’água
E leva João por aí.