Ó, Pai, ó (reflexão do filme)
A cor segue o dom de seu corpo,
Dança o afroxé, limpa o chão.
Sorri pro amanhecer, rouba o pão,
Divide o pão, ainda tem o café,
E se tiver fé, tem leite, dois dedos.
Os dois se contrastam,
Assim como a alegria com a tristeza,
A morte – palavra que odeio – com a vida.
O grito de dor pode ser parto, vida.
O dinheiro faz todos, saliento, todos,
Correrem pro nada, pra dor, pra traição,
Mas, por Deus, Jesus, Tupã,
O candomblé existe e a festa, esta, é garantida.
A crença depende do quão faz falta o pão,
O bendito pão.
O amor é motivo pra festa,
Há quem veja só sexo,
Mas este,
Mesmo que passageiro, de uma madrugada,
Pede o botão de seio um botão de rosa.
E pra quem com isto não convive,
Brasileiro não é.
Sendo assim, poucas vezes poderá repetir a meia verdade de nossa letra territorial, tendo o direito, a pouco, a muito pouco da cultura da nossa amada pátria...