ENCONTRO
ENCONTRO
Não era por acaso que Cecília estava ali, toda vez que o coração sentia falta daquelas sensações era naquele lugar que ia.
Ali vivera insanas loucuras das quais até mesmo ela duvidava. Foram tantos momentos de entrega, paixão, amor...saudades.
Voltava àquele lugar na tentativa de recuperar todas aquelas sentimentalidades.
Retornava ao ponto de partida na busca por si mesma.
Chegou, respirou, sussurou
Um instante, criou coragem
Tocou a campainha, como se o mundo inteiro coubesse naquele instante
e expurgasse em átomos espraiados por todo ar, por todo infinito.
Suas ilusões, suas sagas, seus versos ainda que nunca rabiscados em linha alguma.
A impaciência era a dona do momento, o corpo vibrava, as mãos suavam...uma corrente elétrica de emoções passeavam.
A porta abriu e lá estava o motivo de tantos sentimentos e desejos, ele a esperava, sabia que o buscaria a qualquer minuto.
O coração já não batia, Cecília estava em transe.
Estava tudo preparado
A mesa posta.
Até o som num velho vinil
Um tanto almejado, um tanto senil.
A espera foi longa, angustiante.
Agora, deveras insignificante
Dois corpos em testas coladas
Em melodias rodadas
Era semente, indulgente e indigente.
Em frente ao que estava porvir.
O encontro foi mais especial do que imaginaram, fez valer cada minuto da espera que a angustiava, a melodia entrava pelos ouvidos, o gosto de vinho doce embalava os beijos.
Toques suaves faziam o desejo percorrer-lhe todo o corpo que pedia a ele para que a adentrasse, para que fossem apenas um, como em todos os sonhos que a levaram até ali.
Agora eram um só corpo, um só êxtase, como se um órgão latente surgisse com uma sensibilidade exponencial. Que se espalhavam em gotículas brilhantes por todo cômodo citado a meia luz realçado.
Eram únicos, eram todos, eram tudo.
A voz era feito veludo, o toque doce, estava embriagada antes mesmo de beber.
Eram côncavo e convexo e naquele momento viveram o que já sabiam, o encaixe perfeito do amor.
Andréa Flor
Paula Moura
João Batista Melo