Desejo embriagado

Remeteu-lhe um beijo ébrio

Nas costas flácidas do vento

E ela, timidamente, corou.

Ao ser lambida por aquele beijo

Abafado pelo dia quente

Sua boca trêmula sorriu.

O vento lhe trouxe desgrenhamento

Cabelo na face, olhos apertadinhos

Saia segurada para não despudorar.

Ele, ao longe, todo agitado

Abanava as orelhas queimadas

Na timidez desconcertante, na covardia inteira.

Então ela deitou-se na calmaria

Foi corajosamente amparada pela brisa

Chegando bem perto a querer o ósculo.

Já não se sabia qual deles bebera

Qual deles queria mais a força do vento

Um redemoinho os levou embora, na embriaguez do desejo.

Cyntia Pinheiro
Enviado por Cyntia Pinheiro em 21/01/2022
Código do texto: T7433923
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