Pechincha

O velho pala de seda

Eu vendo por precisão

A bom preço de ocasião,

Facilito o pagamento.

A situação do momento

Me obriga a tal desatino.

- Que fazer se o meu destino

Remalha, tento por tento?

Não pude mudar as coisas

Mas creio em Deus e nos Santos.

Eu proclamo aos quatro cantos

Deste mundo a minha crença.

Do Pai me cabe a sentença

Por tudo aquilo que fiz.

Mas eu confio no Juiz

E isto faz a diferença.

Aguardo com ansiedade

Que transcorra este momento.

Que nunca um mau sentimento

Faça em meu peito morada.

A vida é a grande estrada

Onde só se anda pra frente.

Finda repentinamente,

Sem mais nem menos: Por nada.

Mas não há de serenata.

Buenos dias violão.

Os urubus de plantão

Para sempre vão ter fome.

Logo, a crise se some

E eu retorno apoderado.

Como bem diz o ditado:

-Não vou me entregar pros home!

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Iberê Machado
Enviado por Iberê Machado em 18/02/2006
Reeditado em 29/06/2006
Código do texto: T113327