Não cuide de mim.

Se quisesse que você lesse, mandaria cartas,

Um jeito diferente de se escrever,

Se dessem atenção,

Cada texto mataria meio bairro...

Mas que se dane tudo que transita, os valores já não tem valor mesmo

Se postasse tudo que escrevo, saberiam mais de mim do que eu próprio, mas se conheceriam muito mais e isso só faria sentir-se piores, até a próxima novela, onde desligariam suas mentes junto com a capacidade do raciocínio e ligariam a televisão...

Tudo que sentissem de ruim, morreria com tua hipocrisia crescente...

Sabe o engraçado?

Vocês sempre se acham diferentes,

Nunca prestam atenção...

Se dissestes que te amo, sorriria, sentiria felicidade, jamais entenderia o peso desta despedida e jamais teria uma chance de uma explicação.

Vou lembrar de todas as histórias quando ler eu mesmo, vou jogar no vento cada obra de papel, cada sonho escondido, cada verso invertido, cada poesia só minha...

Estava assistindo o queimas dos versos, e a piromania tomou conta novamente da minha sanidade...

Apaixonei-me de novo pelo fogo, senti meus olhos arderem com chamas o fazendo brilhar, senti o prazer da temperatura e como sempre, pensei em tudo que fazia sentido na vida pra não mais me entregar minhas cinzas ao cansaço...

Pela primeira vez, não tive do que lembrar, o que valia a pena estava em mim e queria ser consumido...

Pulei sorrindo enquanto meu corpo se consumia junto com os versos, sem furos, sem marcas, sem violência...

Por um instante senti algo que nunca sentiram em vida, chamado... paz.

Aqui estava quente, mas doía bem menos do que o calor de vocês.

rOg Oldim
Enviado por rOg Oldim em 02/06/2008
Código do texto: T1016701