QUANDO AS ALMAS SÃO GÊMEAS-POEMA

Quando eu me perco em saudades inexplicáveis (Sublimes saudades

do inconsciente),ao cair da tarde, com o frio do inverno machu-

cando meu corpo, vem a angustia diante da falsa lembrança,e recor-

ro a música, as suaves notas de uma música qualquer, desde que, uma música qualquer que me comova (vejo-a em meus sonhos e a tal lembrança me comove). Eu fico quieto, para que o silêncio me ensine a ver além da dor, essa distância que faz doer meus pensamentos).Quando sinto a força contrária da dúvida, contemplo o oceano,e vejo as ondas alojarem-se nas pedras e não procuro a beleza,porque o medo me engana, volto ao silêncio, para que eu aprenda ver, a beleza que se mostra aos meus olhos. Quando a notas dos ventos assobiam nas folhas das árvores e me repreendem pela minha inércia diante da morte,eu me curvo como as árvores frente a força dos ventos, e procuro entre a folhas caídas uma poesia que me contente.Quando juntos sonhamos a primavera, e sinto as quadra rimadas, os versos livres da paixão, me vejo nascendo de novo,nos mesmos olhares disfarçados, nos corações aflitos, nas mentiras passageiras, e me vem apenas a vontade oculta nos desejos e nas letras que fizemos juntos. Nós dois e o futuro, acreditando que na verdade somos um, sempre,somos uma única poesia.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 08/04/2005
Reeditado em 08/04/2005
Código do texto: T10315