Dia das sombras

Em noites que a gente não sabe

Se ri, se chora eu se abre

Em dia que a gente se sente

Como quem partiu em mente

Doente de alma e coração

Esquece que a vida também é canção

São nesses dias de desunião

Que a gente machuca quem nos dá a mão

Desculpas sinceras não saciam

Mas humanos, isso, apreciam

No que pensar, como agir?

Nesses momentos é só sentir

No meio da tempestade

O relâmpago não é metade

Tristeza é o inteiro

Raiva é o que vem primeiro

Mas é preciso chuva para florir

Que não seja isso que nos faça rir

Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra

Sejam palavras, olhares, gestos

Nesse texto eu mesma me contesto

Mas não esqueço ganhos e perdas

A enxurrada dos sentimentos

Que levam esses momentos

Chegou a córrego, que chegou à rio

Desaguou num mar sombrio

No mar da raiva dos olhos

Dentro do olhar do filho

Palavras não destroem mais nada

Não em meio à enxurrada

Na estrada de nosso caminhar

Paradas não podemos ficar

Isso é porque tudo isso não chega a ser real

Por temos um companheiro leal

Que nos impulsiona a viver

Sem mesmo a gente escolher

Já que palavras podem modificar,

Destruir ou edificar

Edificar é o que estou a tentar

Porque sei que nunca deixa de me amar...

Após desavenças com a pessoa que mais me ama no mundo (minha Mãe), brotaram essas palavras...

Marry
Enviado por Marry em 25/01/2006
Reeditado em 18/07/2006
Código do texto: T103465