O SUICIDA

Primeiro um vulto,

depois uma face,

frente ao contraste

do sol da manhã

um homem pede socorro.

garis, transeuntes, curiosos,

inspiram a ameaça do não existir.

primeiro uma perna,

depois o tronco,

um homem ameaça

jogar-se da janela.

frente a espera,

olhares ausentes

de pessoas,

que de repente ali,

bombardeiam um não

à sua presença.

carência de vida

estampada na face

do suicida.

carência de estampas

denuncia a apatia

dos passantes.

Primeiro um vulto,

depois um corpo desfigurado

denuncia a ausência de sentido,

sob o olhar do sol da manhã.

Rocio Novaes
Enviado por Rocio Novaes em 12/07/2008
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