O SUICIDA
Primeiro um vulto,
depois uma face,
frente ao contraste
do sol da manhã
um homem pede socorro.
garis, transeuntes, curiosos,
inspiram a ameaça do não existir.
primeiro uma perna,
depois o tronco,
um homem ameaça
jogar-se da janela.
frente a espera,
olhares ausentes
de pessoas,
que de repente ali,
bombardeiam um não
à sua presença.
carência de vida
estampada na face
do suicida.
carência de estampas
denuncia a apatia
dos passantes.
Primeiro um vulto,
depois um corpo desfigurado
denuncia a ausência de sentido,
sob o olhar do sol da manhã.